domingo, 26 de febrero de 2012

palomitas y risa


La primera vez que te vi pedalear sola en la bici, contuve la respiración.
Como cuando te miro durmiendo e intento adivinar tus recuerdos desde que tu mundo entró en el mio.
Jugar a los castelers en cima de mi cama.
Hacer pastel de chocolate con nueces.
Bajar abrazadas por el tobogán.
Cantar en la ducha mientras nos rascamos la espalda.
Enseñarme los nuevos pasos de ballet con pantuflas en forma de garras de tigre.
Caminar sin pisar hojas de Otoño.
Intentar pillar los peces del acuario sin reírse.
Entrar en el mar.
Tumbarse en la hierba y jugar a adivinar las formas de las nubes.
Reír hasta atragantarnos.
Desde que tu mundo entró en el mio, me rio hasta atragantarme.



viernes, 17 de febrero de 2012

imperdoável


Me miras desde tu caja tan perfectamente planificada, protegida, vacía, equipada de mentiras, cobardía y arrogancia.
“Imperdoável é deixar de lutar” como dice Jorge Palma, y lo hiciste, quizá sin darte cuenta, pero ya no luchas, protestas acomodadamente, sin sentir, que así duele menos.
Al final, no, no somos todos iguales, o yo tendré muy mala hostia como se dice por ahí... (que si, la tengo)

jueves, 16 de febrero de 2012

sobrevoar


Atravessei o Atlântico e deixei mergulhar o olhar nas águas escuras que me aterram.
Sería aquí que os filhos da puta da ditadura argentina  faziam "los vuelos de la muerte" empurrando para o vazio os corpos vivos de gente como eu?
Depois, não quis chorar, já havia demasiada água salgada abaixo de mim.
Deixei-me deslizar nos Açores e parei a beber o Gin do Peter e a ouvir histórias de marinheiros e veleiros.
Sonhei a ilha “vizinha”, que não penso pisar até que morra o "Padrinho" que fez dela um feudo. Sonhei Herberto Helder e bebi a poesia dele en golos lentos.

o texto assim coagulado, alusivas braçadas
de luz no ar fotografadas respirando,
a escrita, pavorosa delicadeza a progredir,
enxuta, imóvel gravidade
(HELDER, 2004, p. 261)

Amanha vou sobrevoar a Europa, essa bruxa velha cheia de encantos e mentiras.
Agora, volto a ela, volto a casa, ao meu aviao de madeira do tamanho de um livro-de-bolso, onde às vezes embarco para cruzar todo esse mundo que nunca poderei conhecer totalmente.

miércoles, 15 de febrero de 2012

en un trozo

Vendemos sueños embotellados 
en vuestro trozo de sombra 
plegado de ilusiones desperdigadas.

martes, 14 de febrero de 2012

juan


Acordei com a tua voz entalada na minha garganta e o sussurro de que não estavas vivo.
Depois procurei a tua foto para relêr o desencanto e a ironía.
Afundei-me em riso molhado, na tua gargalhada e nas centenas de conversas que me provavam que não estava sósinha.
Agora, sem ti, estou mais só. E também mais cansada.

lunes, 13 de febrero de 2012

alimentando el centro



Si el centro es donde todo confluye, no será que el "todo" tiene mucho más fuerza y recursos que el punto único que alimenta?

jueves, 9 de febrero de 2012

os que nao falam dela II

Encontrei-a.
http://www.youtube.com/watch?v=DgRKsugXo3E&feature=related


Pois...devo ser piegas...




os que nao falam dela



Nao vou falar sobre a crise, falo sobre os que nao falam dela e cada vez conheço mais.
Nao sao personagens do Dickens, vivem comigo, ao meu lado, no andar de cima, no edifício em frente.
Sao os que vivem a contar os dias que faltam para expirar o subsídio de desemprego, as ajudas da segurança social, os prazos limite de pagamento da água, luz, gás, internet(nao, já nao é um luxo).
Aqueles que nao conseguem chegar ao sono e ficam a ver os filhos pequenos a dormir numa cama boa (há uma espécie de paz nisto, que consegue criar um vazio mental ou contemplaçao em estado puro).
Os que se inscrevem em ofertas de trabalho com condiçoes inimagináveis, inaceitáveis se existisse justiça e um Governo real.
Que estao dispostos e com vontade de limpar casas, carregar móveis, trabalhar 12h ao dia e nao conseguem nada.
Os que sobrevivem a trabalhar por “€s negros” que só enchem o frigorífico durante uma semana.
As maes solteiras e separadas que perdem oportunidades de trabalho por nao poder aceitar horários incompatíveis com ser mae.
Os que têm que pedir ao proprietário da casa alugada que tenha paciência, que pagará quando lhe paguem a ele.

Os que estao no Inferno, nao falam dele, tentam sobreviver nele.
Misturam riso com copos, conversas com prantos e projectos desesperados, mas nao falam dele.
Só me refiro aos que nao estao completamente sós, que essa é outra história que já nao se vive nem no Inferno, deve ter outro nome qualquer.

E agora com licença, vou ser piegas (sim, isto é uma mençao ao cretino ignorante do Passos Coelho) e ouvir uma música que me faça chorar, porque tem de haver alguma maneira de arrancar isto de dentro e pousar numa cadeira (só por momentos) a força e a raiva que me permitem sobreviver. 
Mas prometo que nao desisto, nao desisto, ou pelo menos ainda nao.
Aquí, quase ao lado do Inferno.


miércoles, 1 de febrero de 2012

El bus 47 lleva dentro indignación



@iaioflautas
Y parece que el león ha dado un paso...
Ocuparon el bus 47!


Iaios significa avós ;)


















Foto:@iaioflautas