Os dias de uma Marciana
lunes, 24 de abril de 2017
domingo, 23 de abril de 2017
Imagino:
risas, piel, abrazos, lenguas, pelos de perro.
sin culpa, pudor, planes lejanos e indiferencia.
despacio y sin aburrirse.
Me da miedo imaginarte. Las construcciones, a menudo, son sólo lo que uno quiere ver.
Debería dejarme caer en esta maldita primavera, en tu mirada, o en mi extraña imaginación?
domingo, 14 de febrero de 2016
14 de Fevereiro
A minha mãe nasceu
no dia de São Valentin, mas duvido que uma coisa esteja relacionada com a outra.
O 2º foi educado
para o amor. A 1ª repetiu durante 9 meses que o amor não se se
educava, que era instintivo.
viernes, 29 de enero de 2016
Inoyumo
Não deve ser por acaso, que este processador de texto me soe como um quarto de hotel, mas hoje são os anos do Miguel, um dia bom para voltar a sítios onde inspiro devagar, com surpresa. Mudei de trajectória, agora voo em esquina e repouso em arestas.
martes, 19 de marzo de 2013
Bougainvillea
A primeira flor de Bougainvillea
já não deve demorar...
A bicicleta pesa menos.
Os olhares da pessoas são escuros.
Na rua ouço alguém perguntar se o
Chipre é um país.
No Inem só há sombras, desde os
gestos nervosos dos dedos, até aos papeis dobrados na mão e as
dobras da alma, já para não falar dos olhos fundos como um poço.
Então encontrei-a a ela.
- Afinal sempre nos encontramos no Inferno...
Rimo-nos e demos um abraço longo.
Depois tomámos café com a pressa dos
que têm sol numa terça a meia-manha.
Falamos da raiva, da impotência, da
necessidade de pôr bombas, de todos os que conhecemos que estão
desempregados, de não haver esperança e sentir-se encurralado...
Depois disse-me que está a trabalhar como voluntária numa casa de
acolhida a bebés mal-tratados e entregues aos serviços sociais.
Vi uma luz longa nos gestos dela e o
mundo tornou-se um pouco menos frio, muito menos vazio de sonhos.
Enquanto houver gente assim, as
lágrimas e o riso têm sentido.
A primeira flor de Bougainvillea
já não deve demorar...
martes, 19 de febrero de 2013
Mediterrâneo
Foto:Laura Olmos Bonet
Um lugar inocente, beleza, vida.
A luz do Mediterrâneo a brincar nas
escamas metálicas do peixe do Gehry.
Gente a correr, cães e bicicletas.
Uma mulher encostada à paragem do
autocarro. Os olhos fixos no mar azul, uma mão a apertar o fio do
pescoço, a outra a abraçar uma capa transparente recheada de folhas
e os lábios a mover-se em reza.
Lá dentro, vi um casal abraçado a
chorar e gente com o olhar perdido no mesmo mar, à espera de
respostas, ainda que líquidas.
Apertei a mão da minha filha e fiz-lhe
cócegas até ela deixar de olhar em volta.
A dermatologista era portuguesa. As
covinhas do sorriso dela lembraram-me os telhados da Mouraria cheios
de sol.
Depois mandei 3 mensagens a dizer o
mesmo:tudo bem. Mas quando o mar passou a deslizar pela janela do
autocarro, eu senti como uma parte do meu olhar mergulhou fundo e
devagarinho no Mediterrâneo.
Ficou lá, voltei sem ela, porque me
sinto mais leve.
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