lunes, 26 de octubre de 2009

O som da cidade


O burburinho dos olhares.
A noite de estrelas abafadas.
A esperança do dia seguinte.
O terror nocturno de te perder.
Os sonhos com tinta a descascar e paredes invadidas por infiltrações.
Tristeza, roupa suja e bolas de cotão.
O medo:
De sonhar com o mar.
De sonhar que somos livres.
De sonhar que pode ser, suceder, sem respirar, num só momento, empurrado pelo definitivo e pela eternidade.
Outra vez a poeira da imaginação que salpica os meus dias, pacientemente, até cobrir tudo o que sei dentro de mim.
Outra vez, o som da cidade, no sentir.

1 comentario:

  1. Como tudo se transforma em iluminação. Como as suas palavras chegam iluminadas apesar de tanta dor dentro. A fulguração do instante a tantos quilómetros de distância. A dor e a fulguração, ambas sobrepostas. Ambas, a escuridão e a luz. A construção e a destruição de coisas belas, mas sempre a construção, querida Rita.

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